A pior programação possível de imaginar: Aliens de manhã até à noite - quem não conhece o alvar despenteado mental que até em Leonardo vê um "extraterrestrial"? - a "Caça de Tesouros" (toneladas de precious sucata acompanhada por muitos "really?", "A-o-w, m-y G-o-d!", "Wow!", "It's awesome!"), redneckismo em barda, casas de penhores durante horas a fio, "Monstros Lendários", maluquices esotéricas e maçonices para todas as indigestões, "Livros dos Segredos" e tantas, tantas outras parvoíces que preenchem integralmente um Canal de História que de ano para ano vai caindo na mais absurda vacuidade. Quando tentam apresentar algo alegadamente sério, sai-nos na rifa uma péssima série acerca dos líderes das principais potencias participantes na II GM - Churchill, Hitler, Roosevelt, Mussolini, Estaline, Tojo, além de... MacArthur e Patton (?) - e os seus percursos de vida desde 1914. Uma colossal vergonha cheia de anacronismos, erros crassos ditados pela ignorância dos realizadores e respectivos escribas de serviço, despudoradas manipulações - yes!, foi o Sr. general Pershing quem venceu a Grande Guerra ... - , etc. Se a isto juntarmos muitos dos programas da NG e alguns disparates a que o Odisseia recorre, estamos perante o zero. Não esqueçamos os filmes do Hollywood, AXN e FOX - o Syfy é por regra, abaixo de cão - que se repetem durante meses a fio.
A menos que nos dediquemos ao mundo Disney e aos futebóis, assim não vale a pena pagarmos a TV por cabo.
Está na TVI24 um tal Vítor Ramalho todo ancho e costeiro. Da sua conversa acerca de empresas públicas e número de deputados, apenas há algo para retermos: jobs for the boys, neste caso The Costa's Boys. Belo filme.
Acabado de chegar a Moçambique, posa (à esq.) após uma caçada
Nasceu em 28 de Maio de 1907 em Valadares, filho de um brasileiro de Ouro Preto e de uma portuguesa que carregada de cinco filhos, enviuvaria aos vinte e quatro anos. Na década de vinte partiria para Moçambique, ingressando no quadro administrativo da colónia. Colocado na Zambézia, aí chamaria a noiva Alice Augusta Castelo Branco Vilaça (n. S. Miguel de Seide, 1907 - m. Lisboa, 1977), casando-se em Milange. Era um homem de muitos interesses, ávido leitor, filatelista, caçador e escrupuloso organizador dos serviços administrativos das regiões que o governo-geral lhe confiara. O seu patriotismo mitigara as clivagens entre a opção monárquica e republicana, logicamente secundarizadas após a acalmia decorrente dos acontecimentos de 1926. Aceitava o status quo que possibilitava uma muito almejada ordem, mais que nunca necessária para o exercício de uma soberania que até então fora abertamente contestada, quase teórica. A presença de companhias estrangeiras no território moçambicano, prejudicavam o poder português sempre ameaçado de intervenção da cada vez mais autónoma África do Sul. A dependência do hinterland britânico - a Federação das Rodésias e da Niassalândia - dos portos da Beira e de Lourenço Marques, era uma consequência directa da complexa partilha de territórios à qual Londres aquiescera, na condição de o império português, aliado dos ingleses, servir simultaneamente de tampão a outras ambições europeias com quem os britânicos forçosamente teriam de contar. O Moçambique português era assim um mal menor, para mais também invadido por uma profusão de comerciantes e empresas que iam dominado importantes sectores económicos do território. A modificação da situação interna portuguesa e o claro declínio britânico na correlação de forças na Europa e na Ásia, implicariam um novo fôlego para as autoridades de Lisboa, iniciando-se o enfraquecimento da prepotência e presença estrangeira nas nossas possessões ultramarinas.
Fazendo o levantamento de problemas apresentados pela população
Importantes sectores passaram para o controlo nacional e no interior, as autoridades locais ganharam força para marcar o novo tempo, não hesitando em manifestarem de jure e de facto a proeminência da potência soberana internacionalmente conhecida. Nas circunscrições por onde o meu avô exerceu as suas funções, tornou-se obrigatório o assistir ao hastear da Bandeira, um evento ao qual assistiam os gentios, os portugueses e aqueles estrangeiros - fossem eles ingleses, italianos, indianos do Raj britânico, alemães, chineses ou gregos - que residissem nas imediações da sede da circunscrição. Para trás ficavam os tempos do Ultimatum e a ostensiva vassalagem prestada pela caótica 1ª República.
O casamento em Milange, Zambézia (1932)
Claramente pró-britânico, gostosamente cumpria a tradição de antanho da política de alianças portuguesa, mas sempre vincando uma autoridade e autonomia agora bem diferentes daquelas que até há pouco eram meramente teóricas. Durante a II Guerra Mundial fez rigorosamente cumprir os requisitos ditados pela neutralidade, embora todos conhecessem a sua anglo filia. Cria firmemente na imperiosa formação de locais, preparando o território para uma evolução que à época ainda não poderia ser outra, senão uma ainda nebulosa ideia de um Grande Portugal de autonomias, talvez ainda um decalque daquilo que então já existia além-fronteiras, a Commonwealth. Um firme crente na perenidade da presença portuguesa naquela parte do mundo, aí chamaria a mãe e os irmãos, todos eles para sempre se estabelecendo em Moçambique.
No Ile, Zambézia (Moçambique, 1931)
Reuniu um valioso espólio documental do levantamento etnográfico das circunscrições que administrou, - desde cedo instou a sua filha, minha mãe, a recolher em telas hoje reunidas numa colecção de perto de duzentas pinturas, todos os aspectos da vida das populações - assim como de pareceres acerca da melhor administração, relatórios dos tempos da guerra e das actividades dos súbditos estrangeiros no território nacional. Uma grande biblioteca, a sua excelente colecção filatélica e numismática e os seus acarinhados uniformes, para sempre se perderiam na voragem dos tempos da independência.
A minha avó seria em 1976 violentamente espancada por soldados da guarda presidencial de Samora Machel. Às portas do Palácio da Ponta Vermelha, alegaram ter ela proferido insultos contra Sua Excelência o presidente e agiram em conformidade com aquilo que lhes pareceu mais azado, usando-a como um saco de pancada. Quase de imediato deportada para Portugal num avião da TAP, aqui chegou de maca, sendo hospitalizada. Dias depois era a sua casa alvo do mais descarado vandalismo e saque sem as peias de qualquer tipo de legalidade, espalhando-se livros, milhares de fichas e dezenas de dossiers pela zona da esquina da Av. António Enes com a Av. 24 de Julho. Os primos Leta e Rui entrariam no apartamento devassado, onde livremente circulavam os saqueadores que carregavam tudo o que bem lhe aprouve. Avisado o Consulado de Portugal que se situava a escassos metros de distância, nada foi feito para impedir o ultraje. Nada se salvou e às mãos dos meus pais apenas chegou uma maleta contendo umas tantas cartas, alguns textos, umas condecorações e pouco mais. Aquele precioso arquivo onde se incluíam milhares de fotos inéditas da vida selvagem moçambicana, do dia a dia das populações e das suas actividades económicas, teria um dia como destino, o Estado português. Foi este espólio ignominiosamente destruído, atirado para a valeta.
O avô morreria inesperadamente aos quarenta e oito anos de idade, vítima de uma embolia causada por uma injecção mal dada. Ficou naquela terra que considerava sua, sepultado no cemitério onde também jazem a mãe e dois dos seus irmãos.
Confidências aos "Homens do Mato"
Toca a corneta, o sino ou o ferro, já não se vê a secretaria e os funcionários do mato dão por findo o trabalho do dia
O Sol lança clarões de chama iluminando a terra num crepúsculo feérico.
Começa a noite e os homens que durante o dia em nada mais pensaram além do serviço ficam indecisos, trocando palavras sobre os trabalhos do dia seguinte, como se lhes custasse sair do ambiente da papelada e dos negros em que absorveram toda a atenção
Para onde ir? Que fazer? As horas até ao jantar, duas ou três, custam a passar. Que fazer? Jogar? Não há parceiros para formar uma mesa de bridge. Ler? Sim. E depois? Do jantar até à chegada do sono? Horas propícias para a leitura. Ir até à cantina para dois dedos de cavaco? Vá. mas nem sempre, porque não convém por vários motivos e porque fica caro, por vezes, o motivo da conversa. Último recurso - ir para casa pacatamente.
Ali novamente se impõe o problema, que fazer? Ler? Não se pode estar todo o dia a ler e a escrever e continuar a ler e a escrever em casa, ainda que a leitura seja diferente. E mais, um livro no mato lê-se num dia; cada livro custa mais de 20$00 - façam as contas e vejam a renda mensal que é necessária para gastar com o divertimento útil e agradável da leitura. A conclusão a que se chega, é esta: é necessário economizar a leitura, fazer render o prazer que nos dá deixar o livro para a cama (sala de leitura do "Homem do Mato") e não se entusiasmar, pois sofrerá o desgosto de ter numa noite, ou parte da noite, gasto o prazer de várias sem poder renovar, pois não sei se sabem - no mato não existem livrarias e os livreiros, os correios e os transportes não se condoem dos gulosos que gastam sem conta a sua distracção espiritual em menos tempo que levam as remessas de material (livros e revistas) a chegar-lhes às mãos. E neste caso, sem ter que ler, as horas mortas tornam-se mortais e o aborrecimento procede à carga das baterias da noura", espectro do "Homem do Mato".
Sou "Homem do Mato". Tenho tantos caixotes e malas de livros que me envergonha tanta bagagem ( e custa-nos os olhos da cara quando mudo de lugar e o "Homem do Mato" é uma espécie nómada, anda sempre de casa às costas, de Herodes para Pilatos, do Sul para o Norte, do Norte para o Centro e vice-versa - coisas do serviço). Os cobres, as pratas e as economias vão-se transformando em papel impresso, melhor ou pior encadernado, dando-nos conhecimento de levantados ideais, valiosas ciências e encantadoras histórias. O livro é a coluna que sustenta o espírito do "Homem do Mato", mas é também o cancro que lhe corrói as finanças.
Ora, isto tudo vem a propósito do emprego do tempo que medeia entre o fecho da repartição e a hora do jantar. É o problema que resolvi satisfatoriamente.
Um dia, em Lourenço Marques, encontrei um amigo que se confessou filatelista. Já eu o tinha sido nos velhos tempos do Liceu e francamente, não tinha achado "piada" nenhuma ao facto a não ser a que num dia de aperto, vendi o álbum e recheio por dez escudos! E lá iam alguns D. Marias. Quem mos dera agora.
Julguei na altura que o amigo, com as suas altas qualidades de inteligência e posição social tinha um fraco, como muitos outros ilustres homens. Coitado, deu-lhe para ali, como podia dar-lhe para pior - dizia aos meus botões.
Esse amigo tinha outros, também filatelistas e sem querer vi-me rodeado de pessoas que falavam em selos como se tratasse de acções de minas de diamantes. Citavam cotações, empregavam termos técnicos que não compreendia; falavam em Scott, Ivert, Gibons, Simões Ferreira e Eládio e não sei que mais, o que me obrigou a olhar os cavalheiros mais a sério e não com aquele sorriso amarelo da superioridade amável costumava afivelar nesses cenáculos. E que trocas faziam! E um dizia: querem ver o que encontrei hoje? E mostrava, retirando do classificador de bolso, com todo o cuidado, usando pinças, como se fosse coser agrafes nalgum ferimento, um bocado de papel, sujo, com uma borradela de carimbo, apresentando uma figura desbotada que mal se via e, triunfalmente desvendava que se tratava do selo tal cujo R tinha uma falha no rabinho, como todos podiam ver: que era uma jóia - chamava-lhe erro de impressão ou cunho defeituoso - sei lá o que dizia -. Os outros, era vê-los embasbacados e dava riso ouvir de todos os lados - lindo exemplar, onde encontrou isso? Maravilhoso. O s. Ferreira não lhe fez referência, nem o Eládio, diz outro. Eu, pobre de mim, apenas via um sujo papelinho sem graça nem cor, pelo qual não daria um tostão furado.
No entanto comecei a interessar-me e quis, ó Céus, fazer coisa nova em filatelia. Quis fazer colecção científica! Quis descobrir a pólvora!
Fui e sou ainda um apaixonado pelas ciências etnográficas. Estudo com prazer as raças e costumes dos diversos povos do Globo e principalmente daqueles com quem tenho contactado. E a luminosa ideia surgiu. Vou fazer uma colecção de selos baseada na etnografia. E, se o pensei melhor o fiz. Uma razia completa aos duplicados dos companheiros que se excederam em gentilezas, fornecendo-me basto material para dar corpo à ideia e principalmente, para fazer entrar para a confraria mais um intoxicado pelo vírus filatélico.
De princípio tudo me pareceu fácil.
Adquiri catálogos, literatura e material - tudo muito à toa, graças a Deus - no qual gastei um bom par de cobres.
Os álbuns de folhas soltas foram os preferidos porque não podia deixar de o ser, tratando-se de uma especialidade tão especializada!
Depois de várias hesitações fixei como guia o tratado de Deniker e vai de começar seguindo a orientação dada por este conhecido autor ao seu trabalho.
Comecei organizando as folhas respeitantes aos caracteres domáticos do Homem, surgindo-me logo uma grande dificuldade que foi conseguir selos que mostrassem as diferenças entre o homem e o macaco. Não quis apenas colocar a par selos mostrando o bicho homem e o seu antepassado bicho macaco (no que ainda continua a a sê-lo, no que que faz muito bem), pois isso seria fácil; bastaria pegar num selo da Austrália e outro qualquer, da Libéria, por exemplo, e teria feita a demonstração de que o velho amigo Darwin não tinha errado a sua "piadética" ideia de fazer descender o primeiro do segundo que eu cá, como cientista etnológico de meia tigela, sou de opinião contrária, pois penso que o segundo é que descende do primeiro, tendo evoluído inteligentemente de forma a conservar a liberdade, desaprendendo a falar, cá por causa de coisas e com uma esperteza fora do vulgar conseguir viver "à borla" enquanto o bicho homem morre pela língua com as suas prosápias, trabalha como um danado para angariar o pão nosso de cada dia.
Queria mais. Gostaria de apresentar exemplos ósseos - os maxilares e a morfologia comparada dos crânios e seu recheio. Bem folheei o Ivert mas nada encontrei que servisse. Os antropologistas parece que ganham bem regendo as suas cadeiras nas Universidades ou cocando bichinhos nas expedições científicas sem precisarem do lugarzinho de Correio-Mor, ou coisa que o valha da ementa orçamental, que lhes dê oportunidades de enriquecerem a filatelia com um mostruário osteológico. Pena é que assim seja, pois mais interessante seria uma série deste jaez do que a dos manipansos com que ultimamente nos presentearam e a que, certamente por lapso, deram o nome de "Arte Sacra Missionária" - Vid. Manipansos de Moçambique de $10, 1$00 e 5$00 que nos apresentam uns missionários talados em pau, que melhor classificados seriam de Cynocephalus Semnopithecus. Eu se fosse missionário, andaria irritadíssimo com a gracinha.
Mas como ia dizendo, esbarrei com esta grande dificuldade e depois com outras que nos surgiram, como sejam, o estudo dos caracteres patológicos, a vida psíquica, etc, etc - mas não me alongo mais.
gastei um Ivert de tanto o folhear e arranjei calos na polpa dos dedos e por fim tive de desistir, batido em toda a linha. Lá se foi a ideia luminosa, a ciência e a descoberta da pólvora.
Deste primeiro vagido restou no entanto alguma coisa: terem os amigos filatelistas alcunhado o visionário de "Homem das barbas" (não que as use, mas porque tive umas lindas páginas do álbum historiando a evolução da pilosidade capilar do homem através dos tempos); ter refrescado a memória percorrendo tratados, manuais e estudos etnológicos; ter adquirido um conhecimento apreciável - pelo menos para mim - das coisas filatélicas e, finalmente, mas em primeiro lugar para o "Homem do Mato" que sou, descobri o Hobby nº1 para preencher as nostálgicas horas do ante-jantar.
Estou gratos aos amigos que, engripados pelo micróbio filatélico me transmitiram a doença, porque de então para cá, não como obrigação, mas como recurso, preencho admiravelmente aquelas horas sem pensar que existe o Continental, mulheres bonitas, matinés crepusculares, clubes civis e militares, Miradouro ou melhor, Mirabaía, Boites, etc, etc, onde os meus semelhantes citadinos - como diz o outro - refocilam gozosamente naquelas civilizações.
Pois é - meus irmãos.
Este selvático que vos escreve, partindo de uma premissa errada chegou a uma conclusão certa que se resume, como é moda hodierna, no seguinte "slogan" "A filatelia é o melhor meio para se gastarem uns patacos e preencher as horas mortas", sempre, sem dúvida, acalentando a convicção de que no fim se faz fortuna. Só não se sabe quando é o fim. Quase sempre é o fim dos fins. Deixem-se as colecções para em Moledo do Minho o Castel-Branco as vender em fascículos.
Agora a sério.
Pondo de parte os senãos, a filatelia preenche perfeitamente o anseio natural do "Homem do Mato" de encontrar motivo que absorva agradavelmente as horas de ócio forçado e os terríveis trabalhos de tarde e domingos semanais.
Experimentem, aspirantes a filatelistas.
Peguem numa centena de selos, metam-nos numa banheira e com uma pinça coloquem-nos a secar em papel absorvente (não façam como eu que estraguei muito por ter utilizado mata-borrão de cor), classifiquem-nos a seguir e depois digam-me se o tempo passou ou não veloz. É preciso a mulher e o moleque virem dizer três vezes que o jantar está na mesa, a sopa fria e o peru recheado a perder a quente frescura e sabor.
Dou-lhes a minha palavra que é verdade e até sou capz de o atestar em papel selado.
Experimentem e depois digam-me coisas
Arlindo Dias Graça
Panda, 16 de Julho de 1955
* O Homem do Mato morreu a 10 de Agosto de 1955
Eis o eleiçoeiro projecto do senhor Menezes de Gaia. Talvez fosse uma boa ideia darmos uma vista de olhos nas contas do município de Barcelona, pois por aquilo que os jornais espanhóis dizem, o buraco financeiro parece ser tão largo como o da cratera de Vredefort. Não tarda muito e teremos uma lusa reedição do sr. Mas.
Uma entrevista a resvalar para o bueiro da esquina e rançosas insinuações acerca do "despesismo do dr. Paulo Portas" - decerto a caquética questão dos dois submarinos que num caso de normalidade deveriam ser uns oito, pelo menos -, mostra bem o quão baixo desceu a alegada "classe" política caseira. Sempre lestos a apontarmos o dedo a Berlusconis e quejandos, deveríamos estar muitíssimo mais preocupados em alijarmos toda esta tralha borda fora. A nau portuguesa mete água pelos costados, há que torná-la mais leve e segura.
"Surpreendeu-me e chocou-me conhecer os métodos, os princípios e as práticas adoptados por pessoas e empresas que desenvolvem as suas actividades livre e impunemente numa sociedade democrática”, afirmou Balsemão em comunicado. “Quase 40 anos depois da instalação da democracia em Portugal, é lamentável que se continuem a praticar este tipo de métodos 'pidescos', que julgávamos erradicados e que o sistema judicial devia rapidamente punir, condenar e abolir", remata. (Público)
Tudo se torna muito aborrecido quando o feitiço se vira contra o feiticeiro. O sr. Balsemão já deve estar oportunamente esquecido dos métodos expeditos utilizados por um certo jornalismo de invencionisse, perseguição, assédio e destruição da reputação de outrém. Há canais televisivos, revistas e semanários especializadíssimos na matéria. Não os conhece?
Mário Soares quer as rotativas a funcionar , mas não explica como gerir a aventura. É que parece quase certo de não dar conta do que isso significa e de resto, isso pouco lhe importa. Se por um lado legitimamente pode argumentar com uma desvalorização que em teoria torna a Europa mais competitiva, por outro, isto não resolve nenhum dos problemas estruturais dos países componentes da mesma, para nem sequer abordarmos da autêntica guerra que estalaria com o dólar e outras moedas. As implicações internacionais desta desvalorização teriam consequências e os credores não baixariam facilmente a cerviz. Dando a Mário Soares o benefício da dúvida e desde já manifestando a nossa completa ignorância acerca do assunto, gostaríamos de ouvi-lo mais acerca desta proposta, desde que não nos obrigue a engolir o fait-divers do felizmente extinto 5 de Outubro.
Falar é fácil e usar a língua como fisga populista, tornou-se num hábito.
Os "Guardas Portugueses" de sentinela ao Templo de Wat Po (Bangkok)
"The Portuguese - the first Europeans to hunt for treasure in Southeast Asia - got off to a poor start, spending two years in the early 1500s violently establishing a foothold in the Malay state of Malacca. Lesson learned, they were more diplomatic in Pegu, Sumatra and Siam.
Just how peaceful their history was in old Thailand will be examined in a conference in Ayutthaya next week on the 500th anniversary of Siamese relations with the West.
Over two days, dozens of scholars will describe what happened half a millennium ago when the hulking, bearded strangers (think of the frightening farang "guardian" statues at Wat Po) first appeared on these shores.
"Malacca was where East met West, and the Portuguese came to take over the maritime trade," historian Charnvit Kasetsiri told reporters during a recent preliminary tour in Malacca, once known as "the Emporium of the East".
The Maritime Museum makes it clear that the Malays still fume about Portugal's invasion. With a replica of the Portuguese ship Flor de la Mar bearing witness, the version of history as told by the loser has it that the wealth of sultans was piled onto that boat and carried off to Europe, along with dozens of skilled female weavers, calligraphers and dancers.
Much more tragically, they didn't get far - the Flor de la Mar sank in a storm off Sumatra.
Also among its haul were letters and gifts that King Ramathibodi II of Ayutthaya was sending to King Manuel I of Portugal.
First contact with Siam occurred before the conquest of Malacca. The viceroy of Portuguese India, Alfonso de Albuquerque, sent his envoy Duarte Fernandes to Siam to make acquaintance. The relationship has continued uninterrupted ever since.
In 1516 Ramathibodi II granted riverside land for a Portuguese settlement and permission to erect a wooden cross, thus guaranteeing their right to worship God as they chose. In return, the Siamese received lucrative market access to Malacca, its erstwhile trading rival.
Apart from the lost lives and letters, it all sounds pleasant enough, and this was mainly to the credit of the Portuguese lan."
Fui almoçar com o meu irmão e para variar, o cardápio incluíu um arroz malandrinho e uns tantos "jaquinzinhos". Uma delícia. Trocos recebidos, o Miguel verificou que a maior parte das moedas "grandes" - 1 e 2 Euros -, eram espanholas, ostentando a "esfinge" do rei João Carlos I. Esta da "esfinge" tem que se lhe diga, pois era assim mesmo que uma "setôra" de Medieval da FLL se referia às moedas de outros tempos, sublinhando aquela característica tão rara na numismática portuguesa. Bem vistas as coisas, pela primeira vez na nossa História, temos nos bolsos a "esfinge" de um Rei espanhol, uma vez que nos tempos da Casa de Áustria, as moedas circulavam em Portugal ostentando o nome do soberano e única e exclusivamente, as armas nacionais. Nestes tempos modernos, as coisas já não são bem assim, ficando-se a lusa paródia do selo de D. Afonso Henriques, batido nas pequenas moedas de cobre. Essas sim, são a maioria, tilintantes símbolos de 37 anos de ridentes sucessos.
Decidi voltar para casa a pé, como é costume. A Rua da Rosa e o Príncipe Real pejados de turistas, passeando encantados por este verão tardio. Ao chegar ao Rato, deparei com um modesto cordão policial, pois ali estava a cabeça da "grandiosa manifestação de indignados". O espectáculo do costume, uns tantos rastas, os já costumeiros velhotes "colas" do Partido também do costume e alguns que iam em calma charla, sorvendo os gelados comprados ali mais abaixo, nos cafés da Rua Braancamp. Para a necessária reportagem a incluir num post blogueiro lá para o fim do dia, alguns empunhavam umas indignamente expensive máquinas de fotografar com mega-objectivas, enquanto se ouviam uns tantos batuques acompanhando incompreensíveis palavras de desordem. Lá estava o Tomás Vasques aparentemente satisfeito, vestindo uma t-shirt negra que o coloca na posição de enigmático partisan do Partido Nacional Fascista do Duce Benito Mussolini. Se no era o Tomás, era um sósia.
A coisa foi de arromba, eram biliões e biliões de protestantes, enchendo aquele vastíssimo espaço compreendido pelo Largo do Rato e a esquina onde se situa o prédio Heron Castilho de Sócrates, enfim, quase ao nível de uma espécie de comemoração da vitória do Cascalheirense sobre o Penacovense.
Chegando atrasados ao núcleo duro do passeio, dois rapazes passaram apressadamente, empunhando a chamada Bandeira da Restauração que por sinal, bem podia transformar-se uma vez mais, num símbolo unificador de um povo a ficar farto de bancos, negócios bolsistas, Estado boyzeiro, chulices "sprédicas" tão convenientemente à moda dos tais "indignados" do Maio 68, bloombergerismos plutocráticos, presidentes amigos de amigos inapresentáveis, etc.
Não resisti a uma modesta participação na coisa e limitei-me a um sonoro ..."até que enfim se vê uma bandeira decente"!
Risos de contente aprovação. Isto vai, foi um excente dia para a marca Olá.
Toda esta histeria pré-coligatória mesmo antes de conhecidos os resultados do próximo domingo, trazem a memória de um outro pacto que através do Marechal Paul von Hindenburg, levou à entrada do partido de Huggenberg no governo Nacional-Socialista de Adolfo Hitler. Sem uma maioria absoluta no Reichstag, A.H. não podia almejar ao pleno exercício do poder na moribunda república de Weimar. O presidente do Reich pensou poder controlar o NSDAP, impondo-lhe um governo onde este fosse internamente minoritário e contasse com uma forte participação dos conservadores do DNVP (Partido Nacional Popular Alemão). Conhece-se o resto da história.
Louçã no poder: hostilização da permanência de Portugal na NATO e consequentes péssimas relações com os EUA; problemas nos arquipélagos dos Açores e Madeira; clima de insegurança e de forte contestação nas ruas, com o aumento da violência urbana; total desautorização das forças armadas e militarizadas; hostilidade por parte do governo angolano e profundo descontentamento de quem fortemente investiu em Angola; ataque revivalista à maneira de 1974-75 a todos os órgãos de comunicação social, saneamentos e censura coerciva; ameaça à propriedade privada, num país que como Portugal, tem um forte sector de pequenos proprietários; maciça fuga de capitais; ausência total de investimento externo em Portugal; desastrosa política externa de condescendência para com todo o tipo de regimes párias, desde Chávez a Castro e a outros potentados do Médio Oriente e Ásia.
A quem agradará um cenário destes?
«Há ministros atacados da doença do sono, que são puros manequins republicanos; há outros, nefelibatas, cultivando principalmente a parte ornamental das pastas, - discursos bombásticos, recepções aos “patriotas”, viajatas com música e vivoteio -; e há, finalmente, alguns cuja actividade, geralmente exaltada nos centros de cavaco, se reparte entre a promulga de leis dispensáveis (verdadeiros fundos de gaveta), e a consabida incrustação nos lugares gordos, de uma variada e ilustre parentela.»
ALMEIDA, Fialho d’ – Saibam quantos… (cartas e artigos políticos). Lisboa: Livraria Clássica Editora, 1912, pp. 20-21
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